Naquele rio haviam várias lagoas escondidas. Só um bom piloteiro conhecia as entradas. Um cara da cidade poderia passar um ano inteiro ali e só descobriria 1/5 delas, mesmo com um GPS e google maps, por que a selva é tão densa que o satélite não pega.
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O dia havia sido fraco de peixes, no rio eles estavam matreiros, fugiam da isca como o diabo da cruz. Talvez a presença dos botos estava deixando os tucunarés arredios assim.
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Na última lagoa do trecho, antes de assistir o sol se por atrás das árvores imensas, passamos se esquivando entre tocos cheios de teia de aranha e formigas brabas e abriu-se uma água serena, sem um vento, o tempo corria.
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Empunhei a FSB AMAZON com linha WF8F, um líder simples de náilon 60 libras com 1,8 metros e uma Genezão com anzol tiemco 3/0 811s.
Levantei na proa e o piloteiro já avisa.
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Tem pexe grane akiiii.
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Remando para o meio daquela água preta que esconde segredos milenares, paramos no centro.
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Um arremesso rápido e médio longo com um loop bem feito, esticando o líder e batendo a Genezão na água para chamar atenção.
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Foram 3 recolhidas seguidas de bolhas.
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Soltou-se do céu uma pedra do jardim do Éden que caiu em cima da minha isca a mil por hora.
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Um tucunaré paca de 4,8 kgs sai nadando com a força bruta de uma carreta no fim da serra.
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CARAAAAAA!!
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É graneee.. só sussurrou o piloteiro – que já remava em direção ao animal.
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Brigamos por preciosos longos minutos. E embarcado o peixe, segurando minha vara FSB AMAZON que deu a alavanca para arremessar, trabalhar a isca, fisgar e brigar com o animal, tremo feito um bambu no vento.
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A foto ficou mais ou menos, mas essa cena, nunca mais vou esquecer.
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Saímos da lagoa e tocamos já sem sol para o Camp.
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Na minha cabana, dormi com a minha FSB AMAZON do lado da cama.
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