correria, a maré está subindo no rio pela manhã. E a pressão está normal. É época dos grandes flechas entrarem nos rios de mangue e pegarem na superfície.
A estratégia é chegar cedo, e nem ligar o motor de popa, já sair batendo as estruturas até que a subida pare, parou, parou para um expresso na máquina portátil, um pão com queijo branco, um chocolate belga, e descer batendo até a marina, pegando diversos belos robalos.
Bom se fosse.
Na verdade tem que ligar o motor passar as redes, desviar das lanchas, fugir dos jet ski, abrir uma garrafa de água com uma mão enquanto briga com um flechão e com a outra ? mão pegar o puçá tirar uma selfie, por que o parceiro está enroscado. Ligar o motor novamente passar por cima do pesqueiro que o fdp de barco com motor de 250 hp acabou de chegar e é uma vingançinha pq ele passou a pleno antes. E enquanto isso tirar a botuca que entrou na calça e os porvinha que estão mordendo a pálpebra do olho. Chegar na marina quando o peixe parar de bater, ensinar o cara a lavar o barco enquanto a rádio toca alto um grau fora da estação deixando a música corno country 100 graus mais insuportável. Pegar a estrada com crateras lunares, desviar das carretas e seus motoristas drogados, pagar um pedágio que é uma extorsão e chegar em casa e daí a mulher pergunta, vamos jantar fora hoje?
Um dos maiores prazeres da pescaria está no arremessar de uma vara Winston. Faz esquecer tudo isso.