Permit. Esse peixe é o troféu máximo da pesca com fly em água salgada. E acho que comparando com água doce, é o troféu máximo da pesca com fly em geral. Talvez aquele Taimen da Mongólia seja difícil também, mas é mais difícil pela escassez do que pela furtividade e esperteza do animal.
Imagine a cena, 13 horas, você na proa do barco que está sendo empurrado pelo guia já fazem 6 horas. E até agora nada de peixe. O calor é infernal, 35 graus fácil. Segurando a isca pelo anzol, seus dedos começam a doer, você sabe que se fizer um false cast para se movimentar um pouco, pode atrapalhar a visão do guia e o peixe pode aparecer neste intervalo de tempo, portanto continua quieto. Uma gota de suor escorre pelas suas costas, o protetor solar começa a derreter e pinga da sua sobrancelha, irritando seus olhos. Já bate uma fominha, o corpo está trabalhando ao máximo para manter-se refrigerado.
Viajou 24 horas para chegar ao lodge. Foram meses de preparação, anos de sonhos. Investiu uma grana preta em material (obrigado).
O silêncio é mais assustador do que de um quartel russo abandonado e mal assombrado da Guerra Fria.
E então o guia inverte a trajetória da embarcação rapidamente mas com suavidade, e fala suavemente “10 o´clock, 100 feet, see them coming?”. (10 horas, 30 metros, vê eles vindo?).
A água nervosa se move em velocidade média para rápida, é um pequeno cardume de 3 ou 5 peixes grandes, comendo e nadando felizes.
Cast! Cast!
Na hora que o guia manda arremessar eles estão já nos 40 metros. E no momento que você termina o arremesso com 1 ou 2 false cast, o grupo está a 15 ou 20 metros.
Agora a isca deverá ter caído na cara de um peixe ou do grupo, a poucos centímetros, digamos 20 no máximo, levando em consideração a refração da água, o peixe está mais distante e mais fundo do que você imagina. A isca deve afundar rapidamente logo é pesada, logo sua vara é no mínimo 10.
-Deixa afundar… não recolha.
O cardume vai passando ao largo de sua isca que afunda.
-Um toquinho…
Recolhendo nem 3 centímetros, dando vida a isca, que instiga a curiosidade de um dos permits, que se vira para a isca e numa fração de segundo levanta sua enorme cauda preta fora da água e mastiga sua isca.
Você fisga e o resto é história.
No mínimo uns 10 cardumes, umas 15 oportunidades serão disperdiçadas até você ter controle total e obedecer ao guia, a ter controle sobre seu arremesso e não arremessar tão cedo ou tão tarde, a não fazer muitos false casts, a acertar no ponto exato, a recolher SÓ 3 centímetros de linha, a fisgar com decência e sabedoria.
O permit teria refugado sua isca e você teria que passar mais umas 2 horas embaixo do sol escaldante e cheio de raios UV de alta potência até ter outra oportunidade.
E o tempo vai passando e seus dias no lodge estão acabando. E já vai batendo um desespero misturado com aceitação de perda.
Mas quem sabe amanhã, talvez amanhã…. talvez amanhã.
Putz!!!! quero ir pescar Permit !!! rssssss
Tenho um quadro com um Permit na parede da minha casa. só sonho, ainda!!! Primeiro vou pescar Bones, depois me arrisco nos permits.
E quando fisgar, tome cuidado para não por muita pressão, se não…. arrebenta o tippet…. 🙁
Eu não iria postar nada… nunca pesquei permit.
Mas achei essa foto…
http://www.deneki.com/wp-content/uploads/2011/10/Setting-the-Hook-on-Permit-1-460×313.jpg
Peguei Taimem na Mongólia e não chega nem perto de um permit!!!
Em água doce, o peixe que acho perto do permit é a trutinha japonesa chamada Shirame quando pescada na mosca seca (yusurika no anzol # 30 e #32) no mês de fevereiro no rio Nagaragawa na província de Gifu-ken.
O Shirame tem 20cm hahaha
Permit em minha opinião é um dos mais (para não dizer o MAIS) desafiantes que já pesquei.
Black Triggerfish é legal também !!
Peixe Papagaio é o próximo da minha lista!!!
Pior que é isso mesmo.