E no último dos dias.
Nossos amigos não tiveram sucesso no quinto dia – enquanto estávamos na lagoa dos robalos – o que nos fez mudar de tática novamente, pedindo que nos levassem até a outra baía, chamada Espirito Santo. Enquanto o Carlos e o Irineu se mandaram para a lagoa tentar os robalos.
Navegamos mais de hora, até que o guia fez uma volta maluca bem em cima de um flat que estávamos cruzando.
Imaginei que ele havia desmaiado ou caido do barco e o motor virou sozinho, mas não, com a movimentação das nuvens um cardume de uns 40 permits se mexeu e ele enxergou isso!
Um cardumaço, que, não estava comendo. A maré estava começando a encher e eles estavam todos esperando para entrar no flat e se alimentar. Iam pra lá e pra cá e nós em cima.
Arremessava a isca na cara, 1 ou 2 seguiam a isca por metros e não pegavam. Foram no mínimo 6 peixes que seguiram curiosamente mas sem apetite. Isso ocorreu durante 4 longas horas.
No momento mágico que finalmente talvez o primeiro ficou com fome e a maré já havia subido bastante no flat, Luciano fez um arremesso suicida fazendo a isca passar a centímetros da orelha do guia, pousando sua avalon fly no meio do cardume e um peixe comeu. Luciano fisgou como se fosse tarpon, gelou minha espinha, “por favor não estoure tippet” pedi aos Céus.
DEIXA CORRER!!!!!!!!! Gritamos eu e o guia, e o peixe saiu em disparada. O resto é história.
Diversas situações aconteceram entre a guinada do barco e a fisgada do peixe, como o momento em que eu estava com a isca na água esperando o cardume que seguia em direção a ela, e o Luciano ligou a camera fotográfica que faz um som viadinho quando é ligada, acredite ou não, o som da camera foi suficiente para que o cardume se espantasse.
-no no la camera no. Disse o guia.
Será?
Foi uma caçada de um peixe só em meio a muitos, um jogo longo e complexo de inúmeras variáveis, metáforas, mágicas, truques, indecisões, acredito que rolou até um lobby entre os permits.
Enfim, na lagoa pegaram bem, mas os peixes estavam assustados. E saiu o permit para o Dr Luciano, nunca vi um médico rezar tanto. Cada vez que subia na proa era uma mandinga diferente. Até o pai Permit descer.