Embarcamos no Hells Bay e com o motor 60 hp 4 tempos no talo navegamos 1 hora. Cara, tudo é longe naquele país.
Neste dia tentaríamos robalos no visual, se estivesse ruim, no terceiro e último voltaríamos à lagoa de água preta.
Chegamos numa encruzilhada de riachos de mangue que ligam lagoas malvadas.
Sempre na chegada é hora de tirar a fissura com arremessos repetitivos nas galhadas e pegar alguns tricks (?), queimar adrenalina para ter sangue frio de aplicar a técnica correta para os maiores que estavam por vir. No inverno (de lá) a pescaria é ultra técnica, a água está um pouco fria e os peixes apesar de estarem comendo não estão tão agressivos. No verão estão loucos e pegam no popper com pancadas de marreta na superfície. Porém os menores são mais rápidos e grandes são mais raros de fisgar. Sempre prefiro o mais difícil e mais recompensador (recompensa – dor = sado).
Alguns tricks arremessando na galhada e o sol estava no ponto para conseguirmos enxergar os robalos holding still, parados, próximos da superfície ou logo acima do fundo. Na lagoa a água estava muito turva devido a extrema bagunça que as malditas tainhas estavam fazendo. É uma fartura desses peixes!
Foi difícil enxergar os robalos parados. Mais de uma dúzia de vezes os grandes se espantaram com o barco e quase os atropelamos, saindo em disparada a centímetros de nós. Foi impossível. Tivemos que mudar de lagoa.
Motorzão a pleno até a outra.
“Não vi nenhum peixe nesta próxima lagoa semana passada.” disse Kevin.
“Pqp que ótimo, agora que você me diz.” pensei.
Aqueles peixes nadam por todo o emaranhado de mangue e águas dos Everglades continuamente. Um dia estão aqui no outro podem ter ido para outra lagoa, por conexões de água que ninguém imagina à lagoas que ninguém conhece ou tem acesso. E naquele dia eles estavam lá.
Chegamos e de cara uma sucessão de explosões dos robalos se alimentando em peixinhos. O som é incrível. Parece um tiro. TÛHPÁÁÁÁÁ! TÛHPÁÁÁÁÁ´! ….. TÛHPÁÁÁÁÁ´!
Yep they are here. É eles estão aqui. Mantive a calma.
Em alguns metros, numa curvinha formada por um drop off, vimos as porradas de longe. Ao chegar enxergamos grandes sombras cor bronze, flutuando a centímetros da superfície e a lama levantada pelos ataques.
-Thiago, 17 metros, aponte sua vara. Pra direita, direita, direita, lá, vê?
-Sim.
-Arremesse na cara dele.
Zíiiiiiip.
Cai a isca na cara da sombra.
-Deixe afundar.
1, 2, 3, 4, 5… foram os 5 segundos mais longos da viagem.
-Strip…
TÛHPÁÁÁÁÁ´!
PAUSA PARA OS COMERCIAIS
As novas varas Winston GVX Select são montadas exatamente com o desenho da série premium B3X, porém sem o uso de Boro no butt da vara. Uma vara que possui ação agradável e força.
Compre a sua hoje em
*****************************************
-Strip…
TÛHPÁÁÁÁÁ´!
Fisguei como estou acostumado, puxando a linha com a mão esquerda e firmando com o butt. A micro isca saiu como um torpedo da boca do bicho. Fisgando uma tremenda decepção.
-Nooooooo!!!!!!! Deixe o bicho engolir ela.
Ah ! Sim, muito fácil. Um robalo de 5 kg explode na sua isca na velocidade da luz, faz um som que assustou até o urubu em cima da árvore e eu tenho que manter a calma e “deixar o bicho engolir”. Fáááááácil.
Deixe-me explicar. No inverno, como escrito acima, os peixes estão ativos, porém não estão ferozes. Eles estão comendo mas em alerta. Não é a agressividade que se espera de um robalo daquele porte. Se errar o arremesso ele se assusta mais que uma truta ou uma tilápia. A apresentação da isca precisa ser totalmente precisa e suave como uma isca inseto seco (dry fly). Bom, não era isso que eu tinha em mente, estava pensando em Rock N Roll, mas pelo jeito a pescaria seria Hard Classic Rock.
Após umas instruções, voltamos ao campo, em menos de 5 minutos Kevin avistou outra grande sombra nadando. Encurtando história fisguei errado novamente. E foi assim, levando bronca e perdendo peixe umas 5 vezes mais. A razão estava 4 a 0.
A fisgada com este micro anzol (veja a isca e se impressione) para peixe grande é para quem tem o sangue frio de ver o policial do Exterminador do Futuro chegando e com calma fingir que não é com você o assunto e sair de fininho do shopping. Salve John Connor. Quando o animal (peixe) bate, tem que recolher linha até que se sinta firmeza, aí então dar uma boa fisgadona. O anzolzinho vai passeando na boca do peixe até encontrar onde fisgar, daí, tenso, se penetra na carne (ui).
Sucesso, o primeiro peixe embarcado – 5 a 1. Corridas frenéticas dos flechas fazendo a linha cortar a água e por pouco não chegar ao backing.
Terminamos o dia com uma boa quantidade destes robalos embarcados. Obviamente não queria mais saber de lagoa de água preta. Voltaríamos no terceiro dia para o visual.
|
Navegar é. |
|
Arruma essa porra aí mano. Tô pagando. |
|
FSB Embarcou no Crocodilo. |
|
“Tricks” para aquecer no blind cast. |
|
Quem aprende a fisgar embarca, quem não, fica na saudade. |
|
A contagem aumenta pra 7/2. |
|
A isca que imita o peixinho que os robalos comem no inverno. Não tem mais que 2,5 centímetros. Anzol viadinho minúsculo, fiquei perplexo… |
|
…mas essa isca é a única coisa que funciona nesta situação. |
|
O último do dia. |
|
Voltar pra marina. |