Embarcado na nave espacial para um outro planeta, ouvindo David Bowie (Hallo Spaceboy) no mp3, pousamos em um lugar que está em outra época, em outro ritmo, outras cores, e cujos habitantes humanos (?) vivem numa calma, simpatia e irmandade capaz de quebrar a casca de gelo de um curitibano antipático em seu alto grau de “não fale comigo”.
Yo Mon, good môning, goin fixin ? – no inglês quebrado chamado Creoule (crioulo – dialeto local); (Bom dia cara, vai pescar?).
O país é Belize, que foi colônia da Inglaterra, aprendi isso na compra de alguns dólares Belizenhos, lá estava a rainha da Inglaterra me olhando e secretamente em seu sorriso estático tirando uma onda com minha cara:
-Mais um que vai tentar o tal do Permit.
-Pois você vai ver sua louca. Retruquei. Sou brasileiro e não desisto, até o policial rodoviário dizer que não dá pra não ver a luz queimada, mesmo.
Depois de voar num cesna caravan por 30 minutos, cruzar plantações de laranja num taxi honda 1998 caindo aos pedaços realmente caindo aos pedaços, a maçaneta da porta ficou na minha mão, por 1 hora, sem ar condicionado lógico, no calor de derreter aço no asfalto, chegamos a uma marina com belas lanchas usadas por mergulhadores. Entre as lanchas uma panga de 6 metros e um motorzão Yamaha Endura 40hp.
-Yo Mon, hélo, row arr yô.
Cada frase tinha que ser traduzida para o inglês normal e então para entender o que significava. A conversa fluia num ritmo lento, e assim ao embarcar na panga e fazer o sinal da cruz entrei definitivamente no tempo e espaço totalmente desligado, ou ligado? Por que o que se passou nos 5 dias (4 de pesca) me fez refletir sobre mim mesmo e testar ao limite do limite minhas crenças, minha fé frente a um Desafio, O Desafio Maior da Pesca com Fly;
A Pescaria de Permit no flat, no visual.
Compartilho nos próximos dias essa Odisseia Espacial.
Seja bem vindo Mon.
(mon = man = cara)