Montrose, CO. 1

E o Embraer sobrevoa as montanhas rochosas, faz uma curva e pousa em Montrose, Colorado, uma cidade de 30 mil habitantes.
Nesta cidade fica a fábrica e escritório das varas Scott.
Cheguei no lugar e de imediato ao entrar já senti o mesmo cheiro de quando se tira a tampa de uma vara novinha, e em um lapso imensurável de  tempo entre a porta e a recepcionista, o cheiro me fez lembrar da minha Scott favorita, uma G # 6 de 7 pés em 3 partes, e recordar as matrinxãs – este modelo foi desenhado com a ajuda de Lee Wulff.

A recepcionista me encaminha ao escritório do meu amigo Ian. Um cara muito gente fina que fala pacaramba. Depois na sala ao lado encontrei-me com o presidente da Scott, Jim Bartschi.

Eles pediram um tempinho para terminar de responder alguns e-mails para então prosiarmos.

Após nossa conversa a portas fechadas – incluindo a recontagem e tréplicas sobre histórias de pescaria – Ian me leva por um tour no galpão. E o que contou, mostrou e explicou fez uma reviravolta em minhas crençcas e ao mesmo tempo um carimbo de confirmação de ideias que há tempos fermentavam. Algo parecido ocorreu quando vi Chico Fernandez arremessar de perto ou quando o Flip Pallot depois de ficar 45 longos segundos me observando arremessar e depois com uma frase na sua voz rouca dizer “tente assim..” .
Ideias esparsas e perdidas que não achavam suporte ou feedback para conversa, não havia encontrado nas outras fábricas quem falasse essa língua.

IAN: -Bem, você sabe como uma vara é feita não é?
THIAGO: -Sim, enrola o grafite no mandrel, tira, corta, passadores, etc..
(loira gata passa perto, me distraio).
IAN:-Ótimo, então vamos falar sobre varas de pesca de um ângulo diferente.

E ao invés de contar superficialmente como uma vara é feita, nós pulamos este passo e fomos direto para o âmago da empresa e seu estilo de produzir artesanalmente uma a uma varas de pesca com mosca.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *