em apoio aos trabalhadores do Brasil não postarei nada além dessa história

um dia o carteiro bateu palmas no portão.

Fui atender, era um dia de dezembro, calor fora do comum. O carteiro era um jovem de origem polaca, pele branca que estava vermelha do sol, suado, carregando aquela sacola azul no ombro direito que caía com o peso das diversas cartas e encomendas. Ofegante, entregou-me as postagens com cara feliz.

Perguntou se trabalhava com material de pesca. Respondi que sim. Então ele me contou que estava economizando para comprar uma carretilha.

Aquilo bateu no meu coração profundamente. Vê-lo trabalhando naquele calor, com felicidade e economizando para comprar material de pesca. Deu-me uma nova perspectiva sobre o valor dos produtos que deveria trabalhar e esf0rçar-me ao máximo para entregar o máximo de qualidade e de valor pelo mínimo preço (equipamentos FSB, parceria com os gringos, etc).

O trabalhador esforçado deve ser respeitado pois é o sangue e suor que gira todas as nações. “Trabalhador” vagabundo – que fica tirando atestado médico sem necessidade por exemplo, este é um tremendo filho da puta que deve viver na sua mediocridade – e infelizmente é a maioria no nosso país.

Na recente viagem aos EUA, passei pela HOME DEPOT, loja gigantesca de produtos para casa e construção. O frisson, o buzz, a eletricidade no ar de pessoas trabalhando com vigor, com força, com vontade! é algo que nunca presenciei no Brasil, exceto naquela tarde infernalmente quente de verão, na expressão do carteiro.

Espero que ele tenha comprado sua carretilha (queria de bait) e tenha bastante sucesso em suas pescarias.

 

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5 Comments

  • Parabéns pelo comentário de hoje. Pesca, trabalho , verdades, apoio e política. Tudo muito conciso e inteligível.

  • ” O trabalho como castigo persiste (…) Mas a gente tem que substituir isso pela ideia de obra, que os gregos chamavam de ‘poiesis’ , que significa minha obra, aquilo que faço, que construo, em que me vejo. A minha criação, na qual crio a mim mesmo na medida em que crio o mundo. ” – Mario Sergio Cortella

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