IV – V

Quarto dia – de volta na lonjura, não pegamos nada, não vimos nada, foi uma mierda.

Quinto dia, precisamos nos adaptar ou esta viagem será um fracasso.

-Ouvi dizer de uma lagoa, aqui perto, que tem, robalão… o que me diz?
-É, vocês são jovens, vão aguentar o tranco de ir lá. Preparem-se para voltar imundos de lama e exaustos, cuidado com os crocodilos.

Vara # 10 e streamers EP de 15 centímetros. Shock tippet 80 libras. 


ARE YOU READY TO RUMBLEEEEEEEEE!!!

Não podemos contar aonde é, nem como chega. Mas é longe, longe longe longe. Ao entrar na lagoa, parece que se viajou no tempo mil anos para trás. O clima do lugar é de selvageria, sem filosofias humanas, só a existência da Natureza em sua pura forma, matar para viver.




Chegar e dar de cara com robalos gigantes espreitando entre os mangues.

Use a vara com inteligência ou ela vai explodir em pedaços com essas arrancadas.

Parceiro não se deu muito bem com os robalos grandes “le gusta los pequeños” o guia tirou uma onda. Estava guardando sua sorte para os 49 do segundo tempo do sexto dia. 


O maior. 10 kg? Sei lá.

Lá tem cuda. Quer dizer que lá cu da?

Foram uns 12 robalos acima de 5 kg embarcados. Vez ou outra ao se fisgar um grande, saíam debaixo do mangue uns 3 ou 4 do mesmo porte até maior para verificar o que estava rolando. Manchas enormas ficavam rondando no nosso lado! É de arrepiar. Quando o Luciano fisgou essa barracuda, surgiu um robalo embaixo, não dei chance, larguei o streamer na cara e CABUM! Um dublê mais malvado que a dupla do Pulp Fiction.

SAY WHAT AGAIN!
SAY WHAT AGAIN!
I DARE YOU!

“Como será que está lá em Curitiba? Frio talvez…”


O lugar é ultra reservado, não é qualquer um que levam, e também não é qualquer um que aguenta o tranco dessa pescaria. Tem que andar por túneis de mangue e lama e raízes por quase meia hora, navegar muito tempo, e ainda a possibilidade de não ver absolutamente nada é real. Tivemos uma sorte danada. Foi um dia totalmente atípico, segundo o gerente do lodge. 

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